segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"Apóiem as bactérias – elas são o único tipo de cultura que algumas pessoas têm." (Stephen Wright)

Se a imagem tem alto valor, falar mal do outro é uma tentativa de aniquilar o outro perante a sociedade ou o meio que se vive. Esse comportamento é fruto da competição e da inveja. Agora está explicada a existência da fofoca no ambiente corporativo. E ainda mais explicado aqui, um ambiente em que as pessoas são totalmente diferentes, mas insistem em criar um padrão e qualquer coisa que saia do aceitável e considerado normal “corre na boca miúda” (como dizem aqui). Depois que tiraram toda cultura dessas pessoas: o futebol, shopping e os bares (só exemplos, ok? Salões de beleza também entrariam nessa, mas considero eles o núcleo da fofoca mesmo em grandes centros e me recuso a citar como cultura, mesmo de forma irônica, e adivinha... tem um projeto de instalar um aqui... as nossas unhas agradecem... mas os ouvidos não podem dizer o mesmo...) o que sobrou foi muito tempo para falar da vida dos outros. E como aqui as carinhas não são muito repetidas é normal você estar em uma roda e o João estar falando da Maria, a Maria chega os dois se cumprimentam, falam mal do José, o João sai a Maria fala mal dele, o José chega... e ai segue... todo mundo se achando o máximo... dias e noites a fio. Quando não tem nada de novo, o povo inventa... virou vício. Ninguém fala sobre os talentos individuais, ou sobre criações suas (Meu projeto de fazer um sarau, foi boicotado, zuado e não resistiu, o coitado morreu por falta de entusiasmo antes de surgir qualquer sinal de fumaça... fogo então...). É uma grande surpresa quando alguém está falando de um filme novo, uma música bacana, sobre um lugar novo para visitar aqui, novos projetos pessoais.  E o pior de tudo? É contagioso!!! Vira e mexe, se prestar um pouquinho mais de atenção, a gente se pega reclamando das coisas e falando mal das pessoas (mesmo que seja verdade é falar mal de todo jeito, nós já concordamos que ninguém tem nada com isso né?). E ou você está falando dos outros ou os outros estão falando de você (é claro que o simultâneo também rola). Mas eu decidi quebrar esse ciclo. Vou usar minha estadia no Brasil para descansar e refletir como essas coisas estão me afetando. Tudo o que fazemos é uma escolha, mesmo quando não decidimos nada. Aceitar uma situação pode não ser concordar com ela, mas é o que transparece. Então agora vai ser assim, nem compactuar com essas coisas eu não vou. Se eu tiver que me isolar um pouco mais e restringir ainda mais o círculo para ter um ambiente mais saudável aqui... que seja... Eu vou discutir até novela... mas vida real dos outros eu to fora... dói perceber que a gente não ta indo para um caminho legal, que a gente não ta fazendo as coisas que acredita, que a gente não ta agregando nada e ainda ta se tornando uma pessoa pior. Muitas vezes temos dúvidas, erramos... a gente é humano, não? Mas não se pode ter dois pesos, duas medidas, um para nós, outro para os outros... Quem quer respeito deve respeitar... Alguém preocupado com a sua reputação deveria escolher melhor as próprias roupas... Mas todo mundo acha que comprou o direito e ta com ele no bolso... eu quero evoluir para que nem isso me incomode mais. Quem sabe até conseguir ler mais, observar mais, falar só o necessário com quem precisa e bater papo mesmo só com quem for interessante? Vou tentar... (eu ia escrever pior do que ta não fica... mas essa é uma frase perigosa, tentar já é o bastante... rs).