domingo, 27 de março de 2011

Tudo o que disser poderá ser usado contra você...

  


  Ela sabe mais sobre mim do que eu gostaria que uma pessoa como ela soubesse.
  Ela sabe os meus planos, sabe meus pontos fracos e principlamente como me atingir.
  Ela me fez gostar da sua presença, da sua companhia... hoje eu me pergunto como isso aconteceu.
  Eu choro todas as noites sem que ela perceba, e se por acaso ela nota, eu disfarso.
  Em algum momento a minha amizade deixou de ser interessante, deixou de ser "lucrativa".
  Nesse momento tive que aprender a encarar essa parte dela. Tive que reconhecer que muita gente estava certa. Tive que mudar meu olhar para entender o que estava acontecendo. Eu me afastei.
  Mas ela continua com uma proximidade irritante.
  É triste não poder escolher quem vai frequentar sua casa, seu ambiente de trabalho, seu ambiente de lazer, sua vida. Ela está lá, em todos os momentos e ou você se torna tão falso quanto ela e procura uma convivencia agradável ou faz como eu... surta... aos poucos... em conta gotas... meses... baixadas... dias... minutos... até que isso (somado a tantas outras coisas que nos deixam insatisfeitas) te afete de tal maneira que você pede para sair.
  Me deu um estalo... eu percebi como algumas coisas que eu digo e escrevo são desnecessárias, o quanto eu me exponho assim.
  Não tenho nada a esconder, nem os meus segredos. Todas as coisas que fiz na vida fiz consciente. Me arrependi muitas vezes, algumas amargamente, mas talvez também estivesse arrependida de não ter feito.
  Mas por que contar? Eu acreditava que isso é o que liberta uma pessoa. Que se você é capaz de admitir ter feito não pode ser uma coisa tão ruim.
  Mas quer saber a verdade? Tudo o que disser poderá ser usado contra você... e se não puder alguem vai manipular a informação até que isso seja possível.
  Eu vou continuar falando o quem penso, só vou tentar escolher melhor as pessoas com quem faço isso.
  Grande desafio de 2011!
 

domingo, 20 de março de 2011

Percepção da solidão

  Bendito texto da Martha, sempre se revela melhor que o esperado.
  "Uma mulher entra no cinema, sozinha. Acomoda-se na última fila. Desliga o celular e espera o início do filme. Enquanto isso, outra mulher entra na mesma sala e se acomoda na quinta fila, sozinha também. O filme começa.
  Charada: qual das duas está mais sozinha?
  Só uma delas está realmente sozinha: a que não tem um amor, a que não está com a vida preenchida de afetos. Já a outra foi ao cinema sozinha, mas não está só, mesmo numa situação idêntica a da outra mulher. Ela tem uma família, ela tem alguém, ela tem um álibi.
  Muitas mulheres já viveram isso - e homens também. Você viaja sozinha, almoça sozinha em restaurantes, mas não se sente só porque é apenas uma contingência do momento - há alguém a sua espera em casa. Esta retaguarda alivia a sensação de solidão. Você está sozinha, não é sozinha.
  Então de repente você perde seu amor e sua sensação de solidão muda completamente. Você pode continuar fazendo tudo o que fazia antes - sozinha - mas agora a solidão pesará como nunca pesou. Agora ela não é mais uma opção, é um fardo.
  Isso não é nenhuma raridade, acontece às pencas. Nossa percepção de solidão infelizmente ainda depende do nosso status social. Se você tem alguém, você encara a vida sem preconceitos, você expõe-se sem se preocupar com o que pensam os outros, você lida com sua solidão com maturidade e bom humor. No entanto, se você carrega o estigma de solitária, sua solidão triplicará de tamanho, ela não será algo fácil de levar, como uma bolsa. Ela será uma cruz de chumbo. É como se todos pudessem enxergar as ausências que você carrega, como se todos apontassem em sua direção: ela está sozinha no cinema por falta de companhia! Por que ninguém aponta para a outra, que está igualmente sozinha?
  Porque ninguém está, de fato, apontando para nenhuma das duas. Quem aponta somos nós mesmos, para nosso próprio umbigo. Somos nós que nos cobramos, somos nós que nos julgamos. Ninguém está sozinho quando curte a própria companhia, porém somos reféns das convenções, e quando estamos sós, nossa solidão parece piscar uma luz vermelha chamando a atenção de todos. Relaxe. A solidão é invisível. Só é percebida por dentro".

quinta-feira, 17 de março de 2011

Qual é a resposta certa?

 
As pessoas me perguntam como eu estou. Mas na verdade o que elas querem saber? Qual é a resposta certa? O que elas querem que eu diga?
  Não sei.
  Eu me habituei a dizer o que eu sinto, o que eu penso, o que eu acredito.
  Mas de repente isso não vale mais.
  Por que eu simplismente desconheço o que sinto, vou do céu ao inferno em menos de 24 horas e muitas vezes eu durmo sem saber o que me faz ficar e o que não me deixa ir embora.
  Por que o que eu penso não interessa. As minhas idéias devem ficar guardadas esperando a minha ansiedade passar, e pra tudo que eu tenho energia, ainda não é chegada a hora.
  Por que eu não acredito mais em muita coisa, não acredito que as coisas possam melhorar aqui e nem que possam ser melhores ai. Não acredito mais em muita gente. Não acredito mais em muita coisa que pensava que acreditava.
 O que eu vou dizer vc não quer ouvir pq já sabe... a gente podia ficar a noite inteira aqui... mas não ia chegar a lugar nenhum. É só isso que você diz... mas qual a resposta certa?
 De onde eu vim eu te amo também significa até mais, um apartamento não é promessa, juntos para sempre não é um casamento e eu não estou preparado pode ser a sombra de um relacionamento novo.
  Até onde iria? O que está disposto a fazer? Qual é o seu limite? Você tem um plano ou a gente decide no caminho?
  Eu sei do não. Mas não sei do sim.
  Então me diz qual é a pergunta certa. Quem sabe eu encontro minha resposta...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Nada a dizer

As palavras sumiram. Eu que quase não sei dar pausas, que quase engulo palavras... agora estou muda.
Elas sumiram dos meus lábios.
E eu que falava sozinha hoje vigio as frestas.
Eu que pensava tão rápido e que falava quase sem pensar...
Agora eu penso tanto... e no final nem falo nada.
Ontem você chorou, novamente eu me calei.

sábado, 5 de março de 2011

Igualdade de gêneros: contradições, limites e avanços.

  Tem muito tempo que quero escrever sobre issso, mas como ultimamente minhas palavras tem sido mal interpretadas e causado ofensas... decidi ir adiando e repensando o tema, até que hoje, em face da bendita TPM não resisti.
  Quando falamos em formas de opressão não se imagina as infinitas aflições das mulheres. Não em um contexto exclusivamente individual, mas num ambito coletivo mesmo, sócio-histórico-cultural. Ao longo dos anos identifica-se uma maior apropriação pelos homens do poder de escolha e de decisão sobre suas vidas, inclusive no exercício das atividades profissionais. Este é um processo que resulta em diferentes formas opressivas, submetendo as mulheres a relações de dominação, violência e violação dos seus direitos (sem aprofundar na violência doméstica, da evasão escolar devido à gravidez na adolescencia, do alto índice de contaminação pelo HIV e tantos assuntos que apontam para a necessidade e urgência da discussão do assunto).
  Biologicamente, existem diferenças entre o homem e a mulher. Desta forma são atribuídos ao homem e à mulher papéis impostos pela sociedade, os quais regem comportamentos pré-determinados como sendo característicos de uns e de outros.

  As mulheres só puderam votar a partir de 1968. Apenas puderam viajar sem autorização do marido a partir de 1969. A partir de 1975, o dia 08 de Março, foi consagrado o dia Internacional da Mulher. Apartir de 1975 a mulher possui o direito de voto sem qualquer restrição, tendo podido exercer esse direito já nas eleições para a Assembleia Constituinte. Em 1976 é abolido o direito do marido abrir a correspondência da mulher (juro que dá pra pensar que é piada).
  Apesar destes "progressos", as desigualdades existem em diferentes áreas. As mulheres trabalham muitas horas mais e as remunerações para cargos idênticos são menores. Continua a haver muita violência doméstica e continuam a ser prejudicadas na partilha das tarefas domésticas. E principalmente uma mulher que vá procurar emprego com idade entre os 30 anos, a primeira pergunta que lhe fazem é se está com intenções de engravidar. Por outro lado, as mulheres têm maior grau de escolaridade, sendo maioria em cursos de nível superior. Apesar de tudo, esta superioridade não se tem refletido em termos práticos ao nível da carreira profissional, havendo mais desemprego na população feminina ativa, nem nos salários, que para a mesma função, geralmente a mulher recebe uma remuneração inferior ao dos homens.
  Creio que ao longo do tempo muita coisa mudou, em vários prismas, mas na construção pesada a realidade da mulher ainda é muito discriminatória. Por ser um setor historicamente masculino as mulheres aindam enfrentam muitas dificuldades.
  As restrições sobre as contratações de mulheres no setor vão desde a possibilidade de gravidez, o ambiente com muitos homens ( o que sempre gera uma certa apreensão por parte da chefia sobre envolvimento afetivo), a necessidade de alojamento e banheiros separados e por ai vai. Os homens olham com desconfiança uma mulher de botina e capacete dando ordens (principalmente se for bonita). E algumas mulheres infelizmente fazem coro.
  Eu sempre soube que não é um ambiente acolhedor, mas fiquei surpresa ao vir pra cá e sentir que cai no século XVII.
  As pessoas prestam atenção em todos os detalhes da sua vida, profissionais ou não, e fazem da sua estadia um exercício de paciência.
  Tenho 6 anos de empresa, por ironia do destino meu namorado trabalha na mesma companhia (sempre jurei não namorar ninguém da empresa, engenheiro, e gente de obra, paguei língua 3 vezes em uma pessoa só), mas ele tem 3 anos de empresa. Isso quer dizer que tenho mais tempo de casa que ele. Mesmo assim muitas pessoas adoram dizer pelos cantos que estou aqui por causa dele. Como se o tempo em que eu ralei como estagiária de segurança do trabalho, depois como técnica, posteriormente como auxiliar de custos e agora como engenheira não existissem.
  Eu enfrentei muita coisa, já tive que fazer exame de bHCG (pra quem não sabe... o vulgo exame de gravidez) para ser admitida em uma empresa, já "levei" cantada de chefe que se acha por ser engenheiro, ganhar metade do salário para realizar o mesmo trabalho, não conseguir carona por ciúmes das esposas dos engenheiros (em obra de estrada a distância é fator preponderante e esse problema é mais comum do que você possa imaginar), perdi algumas oportunidades em obras por ser mulher, já ouvi muita recomendação sobre como me comportar, e muitas outras situações. Mas vivendo aqui e sendo tão vigiada eu me sinto perdida, julgada.
  Simplesmente anulam o mérito do meu trabalho, desmerecem os desafios que eu superei e colocam em xeque a minha competência. Nunca ouvi ou fiquei sabendo de uma piadinha contrária, tipo: _Nossa, o Engenheiro Fulano ta tendo essa oportunidade pq é namorado de Engenheira Ciclana. Ninguém questiona a ascensão dele na empresa ( a verdade é que ele merece e é excelente profissional), mas a minha tragetória na empresa é super elogiada por quem me acompanha desde o início. Sendo assim eu não deveria me chatear.
  Quem faz essas críticas normalmente são pessoas que não me conhecem, machistas em sua maioria (para não dizer em sua totalidade), homens que não convivem com mulheres independentes e mulheres que não sabem o que é ter uma vida própria, muitas casadas com engenheiros, frustradas, sem formação (ou não) e com uma vida fútil pela frente. Fazendo um serviço de amarelo com amarelo para preencher o tempo e o vazio de ser só a mulher de alguém enquanto não se é mãe de alguém (deixando claro que não é errado a mulher escolher ser dona de casa, desde que ela esteja feliz com isso e não jogue areia nas conquistas de quem fez uma opção diferente, algumas pessoas simplesmente querem mais que isso, mesmo que seja por um tempo).
  É o pior preconceito, a  mulher contra a mulher. É a hipocrisia de quem está travado e joga pedra em quem pode e quer voar. Para mim é a maior das contradições.
  Ninguém acha absurdo o fato de eu não ter o mesmo tratamento dos outros engenheiros, ter um salário muito inferior, ter que dividir um quarto, não ter um carro para me apoiar, ter meu potencial de trabalho sub-utilizado. Mas é incrível como as pessoas se incomodam quando numa sexta-feira eu passo maquiagem, coloco um vestido novo e tomo algumas cervejas. Niguém enxerga o fato de você estar em um país distante, longe da família, dos amigos, do namorado. Ninguém te convida para um jantar na casa dos casados. Ninguém se preocupa se você gostaria de sair e não tem transporte. Mas todo mundo repara na amizade que você tem com Beltrano, que claro, é um caso, por que nenhuma mulher solteira poderia ter só uma amizade num lugar como esse (gente me acode!).
  Ai que saudade. Saudade de poder ser eu. De receber meus amigos em casa. De poder assistir filme na minha sala com um amigo sem pensar que vou ser questionada por essa opção de lazer e nem pensar nessa hipótese. Saudade de confiar nas pessoas certas. Saudade de ter as pessoas certas do lado. De poder ligar e marcar um encontro que só vai demorar meia hora e melhorar uma semana inteira. Ai que saudade de ser verdadeira.
  Eu não fui criada assim. Quando eu tinha 14 anos meu pai disse que a minha vida era minha e eu era responsável pelas minhas atitudes e pelas consequencias dessas opções. Horas depois eu tinha a chave de casa. Depois disso, eu fiz da chave de casa a chave dos sonhos, e abri todas as portas que eu quis. Contrariando muitas afirmativas eu dei certo na vida (se é que isso existe). Mas hoje eu não mando nem no meu quarto, nem nas minhas visitas, nem nas minhas amizades, nem no meu ritmo de trabalho...
  As coisas aqui poderiam ser mais simples se as pessoas quizessem. Eu gostaria de poder  mostrar meu trabalho no escritório e fora dele não ter que provar nada à ninguém. Não faço questão que me amem, nem pretendo fazer amizades profundas aqui, eu fui contratada como engenheira pela minha capacidade e histórico profissional só gostaria de ser respeitada e reconhecida como profissional qua sou.
  Imagino que muitas mulheres como eu, sofrem para se afirmar na profissão. Provar capacidade acima do sexo, sempre. É uma guerra invisível, velada, sem fim.
  A igualdade de gênero significa aceitar e valorizar de igual modo as diferenças entre homens e mulheres. Significa a construção de uma autêntica parceria, com responsabilidades partilhadas, com o objetivo de eliminar o desequilíbrio entre a vida pública e a privada. Significa pôr ao serviço da sociedade as competências e talentos dos cidadãos e das cidadãs para a resolução dos problemas. Significa sobretudo não discriminar e reconhecer no outro a capacidade de fazer.

  O grande desafio do século XXI é sem dúvida o desenvolvimento de uma política integrada da igualdade do gênero em todos os programas das ações correntes. A mulher tal como o homem têm um papel fundamental e complementares para o equilíbrio social em que juntos poderão contribuir para edificar uma sociedade mais forte e saudável. Isto sim, seria viver num verdadeiro estado democrático.
  Mas muitas mulheres ainda não (re)conhessem essa realidade, o sonho da bela adormecida ainda pulsa latente em muitas, e a utopia de um tratamento mais igualitário e respeitoso não pertece à todas.
  Meus funcionários dizem que "la plata" tem poder. Eles estão certos. O amor ao dinheiro anda comprando muita coisa que em uma sociedade sadia não teria preço, inclusive a liberdade e autenticidade de muitas mulheres.
  No final só me pergunto por que a gente luta tanto? E mais: Vale mesmo a pena? Afinal nossos próprios discursos, certezas e convicções não estão isentos de problematizações. As mulheres que reclamam do machismo hoje são as mães dos machistas de amanhã. E o cliclo vicioso acaba quando?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Controle

Todos os momentos especiais são lembranças
que habitam minha memória e a sua
Os desejos futuros... esperança
um dia realizar junto o que hoje eu vivo sozinha

Todas as coisas grandes hoje são pequenas
são ainda ilusões ganhando vida
O que nos faz próximos é uma linha
ainda mais fina na partida

Não há muito a dizer...
a saudade agora é uma sombra na espreita
vento que sopra longe
um lamento que esfria o peito

Sentada perante a vida eu sinto esvair o tempo
e eu espero ter no fim uma decisão
que não me faça feliz ou rica
mas que devolva as rédeas para minhas mãos

quarta-feira, 2 de março de 2011

Viva a diferença!!!

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores!!!
“Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter”.
“As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente”.
Nunca julgue… Apenas compreenda!
Eu diria: nem compreenda, apenas conviva e se der ame.