Eu estou no beiral do edifício mais alto que existe me preparando para pular.
Esperando só uma pergunta mágica, que para ele não muda nada e que para mim representa muita coisa.
Ele está ganhando tempo. É difícil pra ele perguntar, as palavras não saem, ele ainda não se sente preparado para uma pergunta tão definitiva, tão forte...
Mas é difícil pular também... eu nunca vou saber qual é a hora certa, se eu vou voar ou se eu vou me machucar...
Ele não pergunta, eu não pulo... mas tem o lado bom, a gente vai ganhando tempo, a vida vai trabalhando... talvez ele nunca pergunte, talvez eu nunca pule desse prédio, talvez um dia a gente se sinta preparado, ou talvez a gente se prepare para encarar o que a gente não conhece e tope enfrentar esse desconhecido. Quem sabe a gente pule de mãos dadas sem niguém perguntar nada?
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