quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dias melhores pra sempre! (sábias palavras do Marquinhos)

Que eu tô voltando prá casa


Vê ê! ê! ê! ê

Que eu tô voltando prá casa

Outra veeeeeezz...

Voltar... pra ver e rever
Viver... pra sentir e absorver
Família, amigos, amor, gente que me faz tanta falta que nem sei.
Um cantinho só meu, só nosso (eu e meu amor, eu e meus amigos, eu e os que eu desejo na minha vida).
Voltar de vez. Ter pespectivas. Lutar por elas. E ser feliz... não adianta que eu não quero outra coisa. Eu não aceito menos que isso.
Dias melhores pra sempre né Marquinhos?
Só posso dizer Amém!

sábado, 9 de abril de 2011

Coisas que aprendi aqui entre lições de África e Martha Medeiros



"Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei".

  Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. (Martha Medeiros)


"Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu talento inquestionável, o que você representa para algumas pessoas...
Use sua simpatia: Convença os outros.
Use seus neurônios: Pra todo o resto.
E este coração acomodado aí no peito?
Use-o, ora bolas.
Não fique protegendo-se de frustrações só porque 2 ou 3 babacas fizeram você desgastar sua preciosa massa cinzenta com algumas horas, ou até mesmo dias na Companhia deles, ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 07 anos.
Não enviúve de si mesmo, ninguém morreu.
Use-se para conseguir uma passagem para a patagônia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir.
Use seus olhos para ler, chorar, reter... cenas vistas e vividas – a memória e a emoção vêm muito do olho.
Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo.
Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser.
Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distâncias.
Sua boca pra sorrir muito, porque afinal, você sabe ( e todos também) que seu sorriso é único.
Use seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cérebro para não morrer em vida.
Use-se.
Se você não fizer, algum engraçadinho o fará.
E você virará assunto na boca de medíocres!
Use-se! Declare, diariamente, seu amor a si mesmo".

  Conversando com um amigo dia desses confidenciei a ele minha real situação aqui e revelei minhas intenções futuras.
  Ando tão travada que não me vejo mais em mim. As pessoas falam coisas que eu relevaria em outras épocas, deixam de escutar coisas que eu despejaria... eu deixei de usar as roupas que eu gosto, de me comportar como eu gostaria... tudo pra fazer o que eu acho que eu devo aqui... o que esperam que eu faça... fugir do que as pessoas recriminam. No final eu estou com medo, de me perder, de me afastar, do eu que eu fui um dia ficar tão encabulado com meu comportamento atual e me renegar.

  "Boa pontaria faz toda a diferença. Às vezes um alvo está mais perto que outro e isso parece facilitar as coisas, às vezes uma pessoa parece legal mas é camuflagem, às vezes alguém se move em nossa direção e, antes de ouví-lo, o abatemos. Viver é lutar um pouquinho a cada dia pela nossa felicidade. Ninguém sai ileso dessa briga, mas fere-se menos quem tem bom faro, noções de diplomacia e, principalmente, sabedoria para distingüir a hora de atacar e a hora de se defender".

  Como sempre Martha Medeiros me empresta suas palavras (desculpa gente, mas ando tão pra baixo que não sairia boa coisa...) e diz tudo que eu gostaria como uma verdade e uma simplicidade que eu me encontro. Oba!!!

  "Todo dia a gente perde um pouquinho da nossa identidade por causa de medos padronizados e cobranças coletivas. Antes de descobrir qual é a nossa turma - seja a turma dos bem-sucedidos, dos descolados, dos espertos - é bom estar agarrado ao que nos define, e isso a gente só vai descobrir se estiver em contato com nossos sentimentos mais primitivos. Não é preciso ir ao Alasca, não é preciso radicalizar, mas manter-se fiel à nossa verdade já é meio caminho andado".

  Hoje eu posso dizer que a África foi uma grande oportunidade na vida, de conhecer pessoas, de reconhecer pessoas, de desmascarar pessoas, de ser uma outra pessoa... profissionalmente vai agragar muito no CV, me ajudou a praticar e gostar mais do espanhol, entender a importância de certas coisas na vida que pela grandeza e riqueza do Brasil a gente não vê. Pessoalmente foi mágico, doloroso e refexivo... são assim meus momentos aqui.
  Mas a verdade verdadeira é que meu eu poeta morreu aqui, meu eu menina envelheceu, meu eu alegre entriesteceu, meu eu amiga ficou egoísta, meu eu junto ficou sozinho e se afastou, meu eu família só viu dinheiro, meu eu profissional estagnou. E essa não sou eu. E quando uma coisa faz mais mal que bem tem alguma coisa errada.

  "Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia... Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista".


  Vou levar muita coisa bacana daqui, muito aprendizado, um outro olhar sobre gestão de pessoas, sobre chefia, sobre obra, minha profissão, poder, amor, família, mas principlamente sobre os meus valores, sobre a minha individualidade e o que é importante pra mim.
  Minha baixada está chegando e com ela mais momentos de reflexão... mas a dessa vez acho q é diferente... eu nunca me senti tão leve e tão certa ao tomar uma decisão tão importante.
  Eu vim atrás de sonhos e esses sonhos me levaram a sonhar mais alto, não há porque não ir além.

  "Eu tinha opções, agora não tenho. Não consigo parar esse trem."

domingo, 3 de abril de 2011

Trocando em miúdos



Trocando em Miúdos


Maria Bethânia

Composição : Chico Buarque / Francis Hime

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu

Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter

Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu

Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.

  Lindíssima essa música... e esse clima de despedida que eu sinto nela... que vive em mim...
  Pois é... as águas estão se dividindo e eu to cada vez mais certa de que eu to indo pro lado errado... mas foi uma experiência bacana (meu namoro anda bem obrigado, to despedidno de outras coisas... rs)
  "Aquele esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer... uma saideira, muita saudade e a leve impressão de que já vou tarde."
  Caraca essas frases tocam fundo em mim.
 

domingo, 27 de março de 2011

Tudo o que disser poderá ser usado contra você...

  


  Ela sabe mais sobre mim do que eu gostaria que uma pessoa como ela soubesse.
  Ela sabe os meus planos, sabe meus pontos fracos e principlamente como me atingir.
  Ela me fez gostar da sua presença, da sua companhia... hoje eu me pergunto como isso aconteceu.
  Eu choro todas as noites sem que ela perceba, e se por acaso ela nota, eu disfarso.
  Em algum momento a minha amizade deixou de ser interessante, deixou de ser "lucrativa".
  Nesse momento tive que aprender a encarar essa parte dela. Tive que reconhecer que muita gente estava certa. Tive que mudar meu olhar para entender o que estava acontecendo. Eu me afastei.
  Mas ela continua com uma proximidade irritante.
  É triste não poder escolher quem vai frequentar sua casa, seu ambiente de trabalho, seu ambiente de lazer, sua vida. Ela está lá, em todos os momentos e ou você se torna tão falso quanto ela e procura uma convivencia agradável ou faz como eu... surta... aos poucos... em conta gotas... meses... baixadas... dias... minutos... até que isso (somado a tantas outras coisas que nos deixam insatisfeitas) te afete de tal maneira que você pede para sair.
  Me deu um estalo... eu percebi como algumas coisas que eu digo e escrevo são desnecessárias, o quanto eu me exponho assim.
  Não tenho nada a esconder, nem os meus segredos. Todas as coisas que fiz na vida fiz consciente. Me arrependi muitas vezes, algumas amargamente, mas talvez também estivesse arrependida de não ter feito.
  Mas por que contar? Eu acreditava que isso é o que liberta uma pessoa. Que se você é capaz de admitir ter feito não pode ser uma coisa tão ruim.
  Mas quer saber a verdade? Tudo o que disser poderá ser usado contra você... e se não puder alguem vai manipular a informação até que isso seja possível.
  Eu vou continuar falando o quem penso, só vou tentar escolher melhor as pessoas com quem faço isso.
  Grande desafio de 2011!
 

domingo, 20 de março de 2011

Percepção da solidão

  Bendito texto da Martha, sempre se revela melhor que o esperado.
  "Uma mulher entra no cinema, sozinha. Acomoda-se na última fila. Desliga o celular e espera o início do filme. Enquanto isso, outra mulher entra na mesma sala e se acomoda na quinta fila, sozinha também. O filme começa.
  Charada: qual das duas está mais sozinha?
  Só uma delas está realmente sozinha: a que não tem um amor, a que não está com a vida preenchida de afetos. Já a outra foi ao cinema sozinha, mas não está só, mesmo numa situação idêntica a da outra mulher. Ela tem uma família, ela tem alguém, ela tem um álibi.
  Muitas mulheres já viveram isso - e homens também. Você viaja sozinha, almoça sozinha em restaurantes, mas não se sente só porque é apenas uma contingência do momento - há alguém a sua espera em casa. Esta retaguarda alivia a sensação de solidão. Você está sozinha, não é sozinha.
  Então de repente você perde seu amor e sua sensação de solidão muda completamente. Você pode continuar fazendo tudo o que fazia antes - sozinha - mas agora a solidão pesará como nunca pesou. Agora ela não é mais uma opção, é um fardo.
  Isso não é nenhuma raridade, acontece às pencas. Nossa percepção de solidão infelizmente ainda depende do nosso status social. Se você tem alguém, você encara a vida sem preconceitos, você expõe-se sem se preocupar com o que pensam os outros, você lida com sua solidão com maturidade e bom humor. No entanto, se você carrega o estigma de solitária, sua solidão triplicará de tamanho, ela não será algo fácil de levar, como uma bolsa. Ela será uma cruz de chumbo. É como se todos pudessem enxergar as ausências que você carrega, como se todos apontassem em sua direção: ela está sozinha no cinema por falta de companhia! Por que ninguém aponta para a outra, que está igualmente sozinha?
  Porque ninguém está, de fato, apontando para nenhuma das duas. Quem aponta somos nós mesmos, para nosso próprio umbigo. Somos nós que nos cobramos, somos nós que nos julgamos. Ninguém está sozinho quando curte a própria companhia, porém somos reféns das convenções, e quando estamos sós, nossa solidão parece piscar uma luz vermelha chamando a atenção de todos. Relaxe. A solidão é invisível. Só é percebida por dentro".

quinta-feira, 17 de março de 2011

Qual é a resposta certa?

 
As pessoas me perguntam como eu estou. Mas na verdade o que elas querem saber? Qual é a resposta certa? O que elas querem que eu diga?
  Não sei.
  Eu me habituei a dizer o que eu sinto, o que eu penso, o que eu acredito.
  Mas de repente isso não vale mais.
  Por que eu simplismente desconheço o que sinto, vou do céu ao inferno em menos de 24 horas e muitas vezes eu durmo sem saber o que me faz ficar e o que não me deixa ir embora.
  Por que o que eu penso não interessa. As minhas idéias devem ficar guardadas esperando a minha ansiedade passar, e pra tudo que eu tenho energia, ainda não é chegada a hora.
  Por que eu não acredito mais em muita coisa, não acredito que as coisas possam melhorar aqui e nem que possam ser melhores ai. Não acredito mais em muita gente. Não acredito mais em muita coisa que pensava que acreditava.
 O que eu vou dizer vc não quer ouvir pq já sabe... a gente podia ficar a noite inteira aqui... mas não ia chegar a lugar nenhum. É só isso que você diz... mas qual a resposta certa?
 De onde eu vim eu te amo também significa até mais, um apartamento não é promessa, juntos para sempre não é um casamento e eu não estou preparado pode ser a sombra de um relacionamento novo.
  Até onde iria? O que está disposto a fazer? Qual é o seu limite? Você tem um plano ou a gente decide no caminho?
  Eu sei do não. Mas não sei do sim.
  Então me diz qual é a pergunta certa. Quem sabe eu encontro minha resposta...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Nada a dizer

As palavras sumiram. Eu que quase não sei dar pausas, que quase engulo palavras... agora estou muda.
Elas sumiram dos meus lábios.
E eu que falava sozinha hoje vigio as frestas.
Eu que pensava tão rápido e que falava quase sem pensar...
Agora eu penso tanto... e no final nem falo nada.
Ontem você chorou, novamente eu me calei.

sábado, 5 de março de 2011

Igualdade de gêneros: contradições, limites e avanços.

  Tem muito tempo que quero escrever sobre issso, mas como ultimamente minhas palavras tem sido mal interpretadas e causado ofensas... decidi ir adiando e repensando o tema, até que hoje, em face da bendita TPM não resisti.
  Quando falamos em formas de opressão não se imagina as infinitas aflições das mulheres. Não em um contexto exclusivamente individual, mas num ambito coletivo mesmo, sócio-histórico-cultural. Ao longo dos anos identifica-se uma maior apropriação pelos homens do poder de escolha e de decisão sobre suas vidas, inclusive no exercício das atividades profissionais. Este é um processo que resulta em diferentes formas opressivas, submetendo as mulheres a relações de dominação, violência e violação dos seus direitos (sem aprofundar na violência doméstica, da evasão escolar devido à gravidez na adolescencia, do alto índice de contaminação pelo HIV e tantos assuntos que apontam para a necessidade e urgência da discussão do assunto).
  Biologicamente, existem diferenças entre o homem e a mulher. Desta forma são atribuídos ao homem e à mulher papéis impostos pela sociedade, os quais regem comportamentos pré-determinados como sendo característicos de uns e de outros.

  As mulheres só puderam votar a partir de 1968. Apenas puderam viajar sem autorização do marido a partir de 1969. A partir de 1975, o dia 08 de Março, foi consagrado o dia Internacional da Mulher. Apartir de 1975 a mulher possui o direito de voto sem qualquer restrição, tendo podido exercer esse direito já nas eleições para a Assembleia Constituinte. Em 1976 é abolido o direito do marido abrir a correspondência da mulher (juro que dá pra pensar que é piada).
  Apesar destes "progressos", as desigualdades existem em diferentes áreas. As mulheres trabalham muitas horas mais e as remunerações para cargos idênticos são menores. Continua a haver muita violência doméstica e continuam a ser prejudicadas na partilha das tarefas domésticas. E principalmente uma mulher que vá procurar emprego com idade entre os 30 anos, a primeira pergunta que lhe fazem é se está com intenções de engravidar. Por outro lado, as mulheres têm maior grau de escolaridade, sendo maioria em cursos de nível superior. Apesar de tudo, esta superioridade não se tem refletido em termos práticos ao nível da carreira profissional, havendo mais desemprego na população feminina ativa, nem nos salários, que para a mesma função, geralmente a mulher recebe uma remuneração inferior ao dos homens.
  Creio que ao longo do tempo muita coisa mudou, em vários prismas, mas na construção pesada a realidade da mulher ainda é muito discriminatória. Por ser um setor historicamente masculino as mulheres aindam enfrentam muitas dificuldades.
  As restrições sobre as contratações de mulheres no setor vão desde a possibilidade de gravidez, o ambiente com muitos homens ( o que sempre gera uma certa apreensão por parte da chefia sobre envolvimento afetivo), a necessidade de alojamento e banheiros separados e por ai vai. Os homens olham com desconfiança uma mulher de botina e capacete dando ordens (principalmente se for bonita). E algumas mulheres infelizmente fazem coro.
  Eu sempre soube que não é um ambiente acolhedor, mas fiquei surpresa ao vir pra cá e sentir que cai no século XVII.
  As pessoas prestam atenção em todos os detalhes da sua vida, profissionais ou não, e fazem da sua estadia um exercício de paciência.
  Tenho 6 anos de empresa, por ironia do destino meu namorado trabalha na mesma companhia (sempre jurei não namorar ninguém da empresa, engenheiro, e gente de obra, paguei língua 3 vezes em uma pessoa só), mas ele tem 3 anos de empresa. Isso quer dizer que tenho mais tempo de casa que ele. Mesmo assim muitas pessoas adoram dizer pelos cantos que estou aqui por causa dele. Como se o tempo em que eu ralei como estagiária de segurança do trabalho, depois como técnica, posteriormente como auxiliar de custos e agora como engenheira não existissem.
  Eu enfrentei muita coisa, já tive que fazer exame de bHCG (pra quem não sabe... o vulgo exame de gravidez) para ser admitida em uma empresa, já "levei" cantada de chefe que se acha por ser engenheiro, ganhar metade do salário para realizar o mesmo trabalho, não conseguir carona por ciúmes das esposas dos engenheiros (em obra de estrada a distância é fator preponderante e esse problema é mais comum do que você possa imaginar), perdi algumas oportunidades em obras por ser mulher, já ouvi muita recomendação sobre como me comportar, e muitas outras situações. Mas vivendo aqui e sendo tão vigiada eu me sinto perdida, julgada.
  Simplesmente anulam o mérito do meu trabalho, desmerecem os desafios que eu superei e colocam em xeque a minha competência. Nunca ouvi ou fiquei sabendo de uma piadinha contrária, tipo: _Nossa, o Engenheiro Fulano ta tendo essa oportunidade pq é namorado de Engenheira Ciclana. Ninguém questiona a ascensão dele na empresa ( a verdade é que ele merece e é excelente profissional), mas a minha tragetória na empresa é super elogiada por quem me acompanha desde o início. Sendo assim eu não deveria me chatear.
  Quem faz essas críticas normalmente são pessoas que não me conhecem, machistas em sua maioria (para não dizer em sua totalidade), homens que não convivem com mulheres independentes e mulheres que não sabem o que é ter uma vida própria, muitas casadas com engenheiros, frustradas, sem formação (ou não) e com uma vida fútil pela frente. Fazendo um serviço de amarelo com amarelo para preencher o tempo e o vazio de ser só a mulher de alguém enquanto não se é mãe de alguém (deixando claro que não é errado a mulher escolher ser dona de casa, desde que ela esteja feliz com isso e não jogue areia nas conquistas de quem fez uma opção diferente, algumas pessoas simplesmente querem mais que isso, mesmo que seja por um tempo).
  É o pior preconceito, a  mulher contra a mulher. É a hipocrisia de quem está travado e joga pedra em quem pode e quer voar. Para mim é a maior das contradições.
  Ninguém acha absurdo o fato de eu não ter o mesmo tratamento dos outros engenheiros, ter um salário muito inferior, ter que dividir um quarto, não ter um carro para me apoiar, ter meu potencial de trabalho sub-utilizado. Mas é incrível como as pessoas se incomodam quando numa sexta-feira eu passo maquiagem, coloco um vestido novo e tomo algumas cervejas. Niguém enxerga o fato de você estar em um país distante, longe da família, dos amigos, do namorado. Ninguém te convida para um jantar na casa dos casados. Ninguém se preocupa se você gostaria de sair e não tem transporte. Mas todo mundo repara na amizade que você tem com Beltrano, que claro, é um caso, por que nenhuma mulher solteira poderia ter só uma amizade num lugar como esse (gente me acode!).
  Ai que saudade. Saudade de poder ser eu. De receber meus amigos em casa. De poder assistir filme na minha sala com um amigo sem pensar que vou ser questionada por essa opção de lazer e nem pensar nessa hipótese. Saudade de confiar nas pessoas certas. Saudade de ter as pessoas certas do lado. De poder ligar e marcar um encontro que só vai demorar meia hora e melhorar uma semana inteira. Ai que saudade de ser verdadeira.
  Eu não fui criada assim. Quando eu tinha 14 anos meu pai disse que a minha vida era minha e eu era responsável pelas minhas atitudes e pelas consequencias dessas opções. Horas depois eu tinha a chave de casa. Depois disso, eu fiz da chave de casa a chave dos sonhos, e abri todas as portas que eu quis. Contrariando muitas afirmativas eu dei certo na vida (se é que isso existe). Mas hoje eu não mando nem no meu quarto, nem nas minhas visitas, nem nas minhas amizades, nem no meu ritmo de trabalho...
  As coisas aqui poderiam ser mais simples se as pessoas quizessem. Eu gostaria de poder  mostrar meu trabalho no escritório e fora dele não ter que provar nada à ninguém. Não faço questão que me amem, nem pretendo fazer amizades profundas aqui, eu fui contratada como engenheira pela minha capacidade e histórico profissional só gostaria de ser respeitada e reconhecida como profissional qua sou.
  Imagino que muitas mulheres como eu, sofrem para se afirmar na profissão. Provar capacidade acima do sexo, sempre. É uma guerra invisível, velada, sem fim.
  A igualdade de gênero significa aceitar e valorizar de igual modo as diferenças entre homens e mulheres. Significa a construção de uma autêntica parceria, com responsabilidades partilhadas, com o objetivo de eliminar o desequilíbrio entre a vida pública e a privada. Significa pôr ao serviço da sociedade as competências e talentos dos cidadãos e das cidadãs para a resolução dos problemas. Significa sobretudo não discriminar e reconhecer no outro a capacidade de fazer.

  O grande desafio do século XXI é sem dúvida o desenvolvimento de uma política integrada da igualdade do gênero em todos os programas das ações correntes. A mulher tal como o homem têm um papel fundamental e complementares para o equilíbrio social em que juntos poderão contribuir para edificar uma sociedade mais forte e saudável. Isto sim, seria viver num verdadeiro estado democrático.
  Mas muitas mulheres ainda não (re)conhessem essa realidade, o sonho da bela adormecida ainda pulsa latente em muitas, e a utopia de um tratamento mais igualitário e respeitoso não pertece à todas.
  Meus funcionários dizem que "la plata" tem poder. Eles estão certos. O amor ao dinheiro anda comprando muita coisa que em uma sociedade sadia não teria preço, inclusive a liberdade e autenticidade de muitas mulheres.
  No final só me pergunto por que a gente luta tanto? E mais: Vale mesmo a pena? Afinal nossos próprios discursos, certezas e convicções não estão isentos de problematizações. As mulheres que reclamam do machismo hoje são as mães dos machistas de amanhã. E o cliclo vicioso acaba quando?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Controle

Todos os momentos especiais são lembranças
que habitam minha memória e a sua
Os desejos futuros... esperança
um dia realizar junto o que hoje eu vivo sozinha

Todas as coisas grandes hoje são pequenas
são ainda ilusões ganhando vida
O que nos faz próximos é uma linha
ainda mais fina na partida

Não há muito a dizer...
a saudade agora é uma sombra na espreita
vento que sopra longe
um lamento que esfria o peito

Sentada perante a vida eu sinto esvair o tempo
e eu espero ter no fim uma decisão
que não me faça feliz ou rica
mas que devolva as rédeas para minhas mãos

quarta-feira, 2 de março de 2011

Viva a diferença!!!

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores!!!
“Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter”.
“As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente”.
Nunca julgue… Apenas compreenda!
Eu diria: nem compreenda, apenas conviva e se der ame.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Embora quem quase morreu esteja vivo, quem quase vive já morreu..."

  "Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são." Sarah Westphal
  Você entra no palco e atua. Representa bem o papel que escolheu, que te deram, que a vida fez sobrar para você. Fazer o que? No fundo você não entende o que te prende, o que te faz estar ali... você só precisa continuar, até que o cenário se altere, a cortina se feche ou os aplausos deixem de existir. Então você volta para a caixa e espera outra peça.
  E porque você não foge? Simples! Esse mundo encantado é muito mais interessante. A verdade é que você gosta de estar ali, mesmo sabendo que não combina com nada em que acredite.
  É bem mais interessante fazer o que todo mundo faz. Agir como os outros esperam. Não decepcionar ninguém.  Afinal o que importa os seus desejos? Ter que dar explicações exige muito trabalho. Melhor deixar pra lá. No final você se consola pensando que não há escolha.
  Você paga mais caro, recebe menos, cobra pouco das pessoas, aceita situações complexas, porque no fundo é isso que você acha que merece, não há escolha.
  E quem quer ser causador de discórdia quando se ganha muito mais seguindo o fluxo?
  Então vai lá. Compre a idéia. Decore o texto e tente me convencer. Mergulhe no seu persongem tão fundo a ponto de não voltar à margem. Acredite que isso é a realidade. Pronto! Você faz parte da equipe.
  Mas você é o que é. Uma marionete, fazendo demonstrações de qualidades, força, poder... depois da atuação, e até um segundo antes de entrar em cena, você é um fantoche preso, quieto, contido, vivendo seu próprio papel, o de não ser importante fora de cena.
  Ninguém quer saber quem você é. Porque na verdade você não é ninguém. E alguém é?
  Fora o jogo de intriga e vaidade o que sobra da gente? Quem sobra? E sobra?
  Claro que sobra! Uma pancada de ilusão colorida, um vazio no peito, um frio na barriga, a vontade de mudar... mas o que?
  Nada não. Aceita sua impotência. Aceita o seu destino. Repete em voz alta que isso não pode mudar.
  E não muda não... fica assim. Simplesmente porque, alguma vez, tentou e não conseguiu.
  E não se abre não. Amigos não existem, não se ilude não! Paga a conta do analista e fica quieto.
  Viver custa caro. Quem liga? Atuar rende uma bela grana, alguns fãs... e??? Tenta de novo... e ???
  Muita pena dessa gente. Muita pena de mim que gostava tanto de teatro ... Muita pena de você... leu tudo e não entendeu nada...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Bairro Alto aos seus amores tão dedicado - Saudades de Lisboa

Quis um dia dar nas vistas
E saíu com os trovadores mais o fado
Pr'a fazer suas conquistas
Tangem as liras singelas,
Lisboa abriu as janelas, Acordou em sobressalto
Gritaram bairros à toa
Silêncio velha Lisboa, Vai cantar o Bairro Alto

Trovas antigas, saudade louca
Andam cantigas a bailar de boca em boca
Tristes bizarras, em comunhão
Andam guitarras a gemer de mão em mão

Por isso é que mereceu fama de boémio
Por seu condão fatalista
Atiraram-lhe com a lama como prémio
Por ser nobre e ser fadista
Hoje saudoso e velhinho,
Recordando com carinho seus amores suas paixões
Pr'a cumprir a sina sua
Ainda veio pr'o meio da rua, cantar as suas canções

Trovas antigas, saudade louca
Andam cantigas a bailar de boca em boca
Tristes bizarras, em comunhão
Andam guitarras a gemer de mão em mão

Carlos do Carmo
(Carlos Simões Neves e Nuno Aguiar)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Para quem acredita que isso não existe... ou pra quem crê que não acontece...


  Um dia ela me disse que veio à trabalho, pregou sobre moral... numa recriminação ao meu comportamento. Bacana!!! Cada um vem por um motivo. Por mais que o meu também seja trabalho eu não sou uma máquina e necessito de gente, de conversar... de viver outra coisa que não o trabalho, mesmo que sexo não esteja vinculado, eu estou falando de ter pessoas pra jogar conversa fora (eu sai da ilusão de amizade aqui ha algum tempo).
  Alguns meses depois eu não conseguia mais relacionar aquela conversa a mesma pessoa. As coisas que ela disse não se encaixavam mais.
  Bacana que as pessoas podem mudar de opinião... e como mudam. No fim acho que ela entendeu muito bem o que eu falei naquele dia. Mas não sei se ela pensou nas consequências de se expor tanto... de dar mesmo a cara para bater...
  Fico triste pelas coisas que falam dela... é claro que me atinge...
  Ela não é minha amiga, não é minha irmã, não faz parte do meu passado e no futuro vai ser só um nome, como tantos que eu nem lembro mais. Mas hoje ela faz parte de um seleto grupo do qual eu faço parte: as mulheres de obra.
  Eu não critico, mas no fundo eu concordo que ela passa dos limites, o que não justifica os comentários de mal gosto quando ela está longe.
  Ela se foi... os comentários não tornaram-se mais escassos... estão apenas mais camuflados... o apelido ficou.
  Talvez quando ela voltar as coisas mudem (pra quem acredita... ok... eu não...).
  No fundo é um preconceito de gente que não está acostumada com a vida, com o novo, com o fora do padrão... no fundo é tudo gente como a gente... que repele o diferente e critica o igual... né não moçada?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Perdão aos inimigos

  "Quase ao término da missa dominical o sacerdote perguntou aos fiéis:- Quantos de vocês conseguiram perdoar seus inimigos?
  A maioria levantou a mão.
  O sacerdote repetiu a pergunta com maior ênfase e então todos levantaram a mão, menos uma pequena e frágil velhinha.
  - Dona Mariazinha... A senhora não está disposta a perdoar a seus inimigos?
  - Eu não tenho inimigos! - Respondeu a velhinha, docemente.
  - Dona Mariazinha, isto é muito raro! - Disse o sacerdote, e perguntou - Quantos anos a senhora tem? - 93 anos.
  O público presente na igreja levantou-se e aplaudiu entusiasticamente a idosa.
  - Minha doce senhora - Clama o sacerdote - Conte para todos nós. Como se vive 93 anos e não se tem um único inimigo?
  A dulcíssima velhinha se dirige ao altar e diz em voz solene, olhando para o público emocionado. - É que já morreram todos, aqueles grandes filhos da puta!
  Não é lindo? Todos deveriam viver como esta bondosa e adorável mulher!"

Não sei de quem é o texto... só sei q ele veio a calhar...
Provavelmante a velhinha foi a única pessoa verdadeira da história. Dificilmente as outras pessoas q levantaram a mão estão dizendo a verdade, mas a vergonha de ser julgado pelo outro por uma atitude passível de reprovação é maior do que a vontade de não mentir.
Quantas vezes a gente age de forma constraditória com medo de ser julgado ou para não mostrar a nossa parte feia, a parte que a gente discorda, a parte que a gente não aceita, essa parte que a gente faz de tudo para esconder.
Todo mundo tem um conceito da vida, da definição de certo e errado... do que deveria ser feito. Mas quem consegue ser fiel aos seus valores e crenças? Quem se comporta de modo condizente ao q acredita? Quem consegue viver sem as amarras do próprio julgamento e do alheio? Quem consegue viver de presente? Quem sabe esquecer? Quem é q verdadeiramente perdou?
Eu ainda tenho mágoas e feridas. Não desejo mal (para a maioria...rs). Entretanto ainda não pude perdoar certas coisas. Seria mentira dizer o contrário.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Peço à Deus em oração...



Meu Deus
Ajuda - me a dizer a verdade na cara dos fortes
e não mentir para obter o aplauso dos débeis
Se me dás dinheiro, não tomes a minha felicidade
Se me dás força, não tires o meu raciocínio
Se me dás êxito,não me tires a humildade
Se me dás humildade, não me tires a dignidade
Ajuda-me a conhecer a outra face da realidade
E não me deixes acusar os meus adversários,
acusando-os de traidores,
porque não partilham meu critério
Ensina-me a amar os outros como a mim mesmo
e julgar-me como faço com os outros
Não me deixes embriagar com o êxito quando consigo,
nem a desesperar se fracasso
Sobretudo,
faz-me recordar que o fracasso é a prova que antecede o êxito
Ensina-me que a tolerância é o mais alto grau da força
e que o desejo de vingança
é a primeira manifestação da debilidade
Se me despojas do dinheiro, deixa-me a esperança
e se me despojas do êxito,
deixa-me a força de vontade para vencer o fracasso
Se despojas-me do dom da saúde
deixa-me a graça da fé
Se causo dano a alguém da-me a força da desculpa
e se alguém me causa dano da-me
a força do perdão e da clemência
Meu Deus...
Se me esquecer de ti...
Não te esqueças de mim!!!
Amém - (Ghandi)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Feche os olhos para ver melhor

  Eu tenho sensibilidade à luz e muita preguiça de ficar carregando óculos escuros para cima e para baixo, então acontece de as vezes eu não enxergar nada em um ambiente com excesso de claridade. Isto é uma reação protetora dos olhos.

  O que eu faço? Normalmente aperto os olhos... quase fechando... e a verdade é que assim eu consigo ver melhor.
  Assim também tento fazer no campo emocional, fechar os olhos para ver melhor. Apertar a visão, esquecer o que eu acho que conheço e permitir que, com uma distância maior, eu tente não só ver mas também enxergar mais profundamente, com mais sinceridade. Isso porque os olhos são preconceituosos, são precipitados no julgamento e não captam a essência das coisas, das pessoas, das situações... Priorizamos com eles a forma e estética das coisas. O visível passa a interferir na nossa leitura daquilo que não vemos, então julgamos e muitas vezes nos equivocamos.
  Tenho tentado dar uma chance a mais a cada pessoa que cruza meu caminho.
  Fazendo força para conhecer mais de mim do que mostra o espelho.
  Tentado não rotular, não tornar definitiva a primeira impressão, não guardar a imagem que eu construi.
  Eu venho, de certa forma, fechando os olhos, me permitindo explorar esse campo ainda obscuro. Desenvolver outros sentidos e descobrir outras verdades, novas paisagens, aquelas que os olhos não podem dizer... ter o cheiro que faz bem, o toque que provoca, o gosto da vida vivida.
  Apreciar, sorver, tomar para si e não somente assistir.
  Eu quero poder um dia andar com esses olhos fechados sem medo de cair. Confiando na direção tomada, no caminho escolhido, nas pessoas que me sustentam, nas minhas pernas tão leves. Mais do que confiar na vida, eu quero confiar de olhos fechados que o que "enxergo" com o coração é mais real do que tudo que eu possa vislumbrar com esses benditos olhos limitados que eu levo.
 
 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Presente do Futuro

 "Virá que eu ví"...
"e se não posso ver eu fico imaginando"...

  Não... não é gramática. É vida mesmo.
  Mas... virá quando? De onde? Como? Quem virá? Da pra fazer alguma coisa para adiantar esse tempo? kkk
  Futuro é aquele tempo perfeito, os negócios prosperam, os amigos são verdadeiros e a nossa felicidade não é discutível.
  A gente sempre está fazendo planos, seja para amanhã ou daqui a dez anos. E o presente sempre nos atropelando, sempre surpreendendo, sempre ensinando que a vida é mais do que a gente quer fazer dela.
  Ela tem vontade própria.
  E não é que as vezes a gente esquece de escrever o que a gente quer num papelzinho e pára. Lembra de agradecer e bendizer o que está acontecendo e simplesmente seus desejos mais antigos ressurgem e começam a tomar forma. Então você percebe quanta coisa já aconteceu sem você notar que foi melhor assim, do jeito que não era o seu.
  Pronto a vida acontece de qualquer maneira e nossas escolhas vão dando a velocidade do passo. Mas o caminho? Esse eu não sei se a gente escolhe sempre. Se só vai dando a direção e tempo faz o resto. Ou se a gente fica escolhendo caminhos que não são nossos até adquirir um pouco de sabedoria e acertar mais.
  A gente chama de "fase boa" e "fase ruim". Mas eu sei que muitos dos meus problemas (na fase ruim) eu escolhi, cuidei e fiz crescer para depois eles quase me engoliram. Sei também que muito da minha felicidade hoje veio de decisões difíceis (por vezes dolorosas) e conscientes, em que eu abandonei o que era parte de mim, mas me fazia tão mal.
  Agora as coisas estão acontecendo e eu quase posso tocar.
  Sinto cada vez mais perto de mim.
  A gente aprende a ter mais calma, ser mais expansiva, menos permissiva. Mas eu ainda queria não ser tão ansiosa para saborear com mais prazer essas dádivas (mas ai eu não seria a Naty teimosa e guerreira que todo mundo conhece).
  Não consigo enxergar com clareza... eu faço planos de futuro no presente e o presente do futuro me sorri.
  Será que ele ri da minha ilusão ou será que ele também deseja esse encontro?
 O que eu sei é que "o futuro não é mais como era atigamente"... alguma coisa em mim mudou... e numa dessas eu mudei meu mundo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Você é feliz???

  Existe resposta definitiva???
  Felicidade... a gente busca tanto... ta sempre à procura... e não sabe bem o que é, o certo é que todo mundo quer.
  Eu (apesar de posts anteriores de reclamações...rs) estou em um momento muito feliz.
  Acabei de voltar de uma viagem maravilhosa que me fez muito bem, e apesar de ser uma viagem cara é bacana pensar que não precisei me endividar e comprei uma experiência única ao invés de alguma coisa que um dia passará a ser inútil. Investir em cursos, viagens e lazer é uma forma de encontar satisfação pessoal.
  Se você tiver alguém para partilhar vai ser perfeito, maior sensação de bem estar.
  A parte de fazer planos para o futuro também é bacana (com ressalvas) porque o desejo nos impulsiona.
  Mas como voltar para a vida, o trabalho e as chateações cotidianas e continuar a ser feliz? 
  Tem receita de "bolo"? E será que é preciso ser sempre feliz?
  Segundo as pesquisas do psicólogo americano Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia, felicidade é na verdade a soma de três coisas diferentes: prazer, engajamento e significado.
  E a infelicidade é fundamental para garantir que você se sinta feliz.
  Em um artigo bacana da Barbara Axt (adoro o blog dela) para a revista Superinteressante o tema da felicidade é tratado de uma forma bem ampla e com pontos de vista bem interessantes. Li o texto todo e achei legal postar ao menos essa parte porque adorei, queria dividir com vcs esse resumo que ela fez. Bjos


"Esses métodos para se tornar mais feliz foram testados em laboratório. E funcionam

A receita da felicidade

Prazer
• Permita-se ter experiências sensorialmente agradáveis de vez em quando. Não se trata só de emoções fortes. A maior parte dos prazeres é bem simples: conversar, ver uma paisagem bonita, comer algo gostoso.
• Tire “fotografias mentais” dos momentos agradáveis de sua vida – repare nos detalhes, nas cores, nos cheiros. Nas horas difíceis, tente recordar-se de tudo.
• Tenha companhia. Quase todas as pessoas sentem-se mais felizes quando estão com outras pessoas. Claro que isso não significa evitar a solidão a qualquer custo, mas é importante ter amigos.

Engajamento
• Dedique-se a tudo que você faz, no trabalho ou fora. Lembre-se: a diferença entre um emprego chato e um emprego legal pode ser a sua postura. Se você se envolver mais, ele vai ficar mais divertido.
• Arrume uma atividade desafiadora, difícil, e esforce-se para se tornar cada vez melhor nela. Yoga, aeromodelismo, videogame, natação, flauta, mountain bike, culinária vegetariana, bateria. Há opções para todos os gostos.
• Exercite-se. Esporte praticado com freqüência aumenta a disposição para a vida e em geral nos deixa mais ligados no mundo e no nosso próprio corpo. Algumas pesquisas sugerem que dar risada é um ótimo exercício.

Significado
• Pesquisas mostram que escrever num diário as coisas pelas quais você é grato garante um aumento no nível de felicidade que dura seis semanas. Portanto, de tempos em tempos, lembre-se de agradecer.
• Faça atos de altruísmo ou bondade. Colabore com alguma instituição humanitária, ensine algo que você saiba (não interessa se as aulas são de alfabetização ou de guitarra), saia do seu caminho para ajudar alguém.
• Se tem alguém que foi importante na sua vida, ainda que num passado remoto, faça-o saber disso, de preferência com uma visita pessoal. Os cientistas dizem que essa “visita de gratidão” pode valer um mês de felicidade.

A receita da infelicidade

Se você quer mesmo ser feliz, precisa se convencer de que nada disso é a solução

Dinheiro
• Ele só traz felicidade até o momento em que cobre as necessidades básicas. Depois disso, mais dinheiro não altera o nível de satisfação. E um foco exagerado em coisas materiais vai esvaziar sua vida de significado.

Casamento
• Condicionar a felicidade a fatores sobre os quais você não tem controle não pode dar certo. Além disso, um casamento não tem nada a ver com um estado perene de alegria. Ele tem altos e baixos como tudo na vida.

Futuro
• “Vou ser feliz quando eu terminar de pagar meu apartamento.” É importante ter metas, mas achar que a felicidade está no futuro só adia sua realização. Sem falar que, depois de quitar a dívida, é provável que você invente outra meta, ainda mais difícil.

Carro novo
• Nossa cultura consumista e a publicidade criam necessidades novas a cada minuto. Às vezes o carro antigo ainda funciona muito bem, mas você se convence de que não pode viver sem o modelo maior que foi lançado esse mês.

Beleza
• Mais um caso de expectativa irreal. Em primeiro lugar, porque é impossível ter um corpo e um rosto perfeitos. Em segundo, porque nada disso é garantia de felicidade. Pergunte à Gisele Bündchen se ela não sofre às vezes.

Status
• Priorizar símbolos de status indica uma preocupação maior com os outros do que com você mesmo. Uma cobertura de frente para a praia é boa por causa da vista maravilhosa, não porque vai deixar os amigos morrendo de inveja."
 
 
Quer ler o restante?
http://super.abril.com.br/cultura/busca-felicidade-464107.shtml

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Novas páginas

Criei novas páginas no blog. É só acessar a aba que você deseja ver.
  • Sobre a autora - uma página inteirinha contando sobre a minha vida
  • Férias e um pouco de cultura - Sobre a viagem que eu e o Du fizemos recentemente (Lisboa, Sintra, Barcelona, Madrid e Toledo). Quem quizer dicas é só entrar em coontato.
  • Versos de silêncio - Resolvi colocar o livro inteirinho ai. Só não tive tempo de formatar com calma.
Bjos e espero que vocês gostem.

Medo de gente que tem medo de gente

  Eu tenho muitos medos. Medo de fazer escolhas erradas, de não ter a coragem que preciso para batalhar as coisas, de faltar saúde, de ser muito impulsiva, muito ansiosa, ser muito dura com alguém que eu amo, de ser orgulhosa, de perder uma oportunidade boa, de não ser compreendida por meus amigos... são muitos medos...
  Sem querer criticar às pessoas e suas limitações... tenho que confessar que tenho muito medo (um dos maiores) de gente que tem medo de gente. Isso mesmo! Não to falando de uma pessoa que é tímida perto de quem ela não conhece. To falando das pessoas que a gente convive e considera às vezes até como "amigo".
  Essas pessoas que não falam olhando no olho, que olham torto, que fogem de perguntas, que tem medo de confiar nas pessoas (desconfiam até da sombra), que não se enturmam, não fazem questão de interagir, que levam toda brincadeira para o lado pessoal (como pode alguém não sorrir?) e têm mania de perseguição.
  "Eu tenho medo de gente que fica te olhando de longe. A pessoa fica lá, meio que espiando, meio que analisando. Muito estranho. E o que a gente faz? Manda beijinho? Dá um discreto aceno? Olha para verificar se a roupa está suja?"
  Eu tenho medo de gente que não se doa, gente que tem restrição com afeto, que não sabe abraçar, que tem medo de dizer que ama. Gente que fica pensando o tempo todo que vai ser decepcionada (e consegue, claro). Uma gente estranha que ta sempre preparada pra revidar, cheia de segredo (será que eu já fui assim?)...
  Eu respeito muito o passado e as experiências de cada pessoa e o que as faz ser assim, como são. Mas eu preciso mesmo dizer que eu tenho medo dessas pessoas.
  Ultimamente tava fazendo cosplay de boa menina, mas eu já não tenho essa paciência toda, desculpem. De vez em quando eu tenho que ser mesmo irônica.
  Você tem medo de gente??? Ai que medo docê!

(Des)Incentivo para academia

  Estou precisando de incentivo e tempo para frequentar à academia.
  Estou chegando no alojamento muito tarde, como e fico mexendo na net. Resultado... eu não estou gorda (pq sempre fui muito magra), mas estou longe da minha antiga forma... o que está me causando certo desconforto.
 Tentei encontrar razões para me animar a começar os exercícios...
 Então vamos lá: 5 razões para você entrar na academia

1-É relaxante: Depois de assistir a um bando de marmanjos levantando peso, o sofá e a televisão vão parecer mais confortáveis ainda.

2 -É social: A caminho da academia você pode parar e tomar um chopinho pra conhecer novas pessoas.

3 -É curioso: Você vai ficar encafifada tentando adivinhar por que os homens querem ter músculos pra impressionar as gatinhas, sendo que elas preferem os caras que têm dinheiro.

4 -É cômico: Você vai se olhar no espelho e perceber como fica ridícula fantasiada de atleta, já que o seu esporte preferido é levantar copos.

5 -É uma experiência única: Dificilmente você voltará no dia seguinte.

É acho que não ajudou muito... rs

Aí achei essa foto, muito mais convicente que todos os motivos que eu tinha encontrado anteriormente... hehe

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Para descontrair....

Filha: Mãe, vou sair!


Mãe: Aonde você vai?

Filha: Mãe, a professora disse que “sair” é verbo intransitivo, então não precisa de complemento, beijo

"Um dia eu te levo comigo e de saudades suas eu não choro mais"

  Vale a pena ficar horas e horas olhando, abraçados, vendo um filme...
  A maior prova de amor não foram as alianças de compromisso (que eu sei que ele não acha graça mas vai usar pq me ama), não foi a viagem a dois países lindos e 5 cidades maravilhosas, não foram as compras (que ele odeia), a maior prova de amor foi ele ficar cuidando de mim em Barcelona, procurar uma sopa que não fosse de marisco ou liguiça, trazer frutas, ficar do meu lado e dizer que não tinha nada melhor lá fora do que ficar comigo.
  Eu amei cada pedacinho da viagem, cada doce novo... cada beijo que a gente deu e os olhares que nós trocamos.
  A gente ainda vai viver muita coisa bacana juntos.
  Você é luz na minha vida.
  Eu te amo cada vez mais.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

"Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se." (Provérbio Persa)

Calar se posso falar???
Se a gente tentasse se esconder menos, e fosse mais sincero com nossos próprios sentimentos, pensamentos, atitudes e tudo mais, talvez não fosse mais fácil, mas seria mais bonito e traria mais paz.

"Temos aprendido a voar como os pássaros a nadar como os peixes mas ainda não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos... (Martin Luther King) "

Muita explicação... pouca confiança


"Embora inspirado em fatos reais este texto é uma ficção e não representa nenhuma pessoa ou fato real."
  Acho que todo texto que eu escrevo deveria vir com essa frase em cima (como alguns filmes que assistimos).
  Quando eu escrevi aprenda a ser feliz sozinha eu pensei em todos os meus relacionamentos e como eu adotava uma postura de dependência emocional e a minha luta (que ainda existe) em me tornar uma pessoa melhor e mais independente a cada dia. É claro que eu também pensei nas minhas amigas (no plural) que precisam se descobrir e se valorizar mais. É claro que eu pensei na minha mãe e  no meu desejo dela reconstruir a própria vida e ser mais feliz. É claro que eu pensei nos amigos machistas que adoram ter uma mulher submissa e não sabem o mal que fazem às próprias companheiras e óbvio nas mulheres que se sujeitam a isso. Ainda pensei nas muitas que estão sozinhas e não são felizes.
  Mas uma pessoa por uma mesma frase que me disse (e que eu apliquei no texto, sem nenhuma referência) tem que se transformar no centro da história, achar que tudo foi para ela e ainda se sentir ofendida. Que mania as pessoas têm de se colocar na história ou pesamentos alheios e tornarem as coisas tão pessoais (se você chegar a ler... essa é pra você #prontofalei# e se ofender desculpe, mas eu fico sem paciência com gente que não faz questão de ouvir o outro, ainda mais vindo de uma "amizade").
  Quando é uma coisa de identificação que te deixa feliz, vá lá... mas eu odeio as pessoas que tem mania de perseguição...
  Ta... algumas frases podem ter sido repetidas de uma conversa, você pode achar que aquilo foi feito para você, pode não entender ou não concordar com aquele pensamento. Ok. Pode até ter sido inspirado por você... digamos que você foi o responsável por acender a luz da idéia e trazer a tona o assunto ou sentimento... qual o problema em algum escrever sobre isso? dúvidas, sentimentos, contrariedades.. Você já parou pra pensar quantas pessoas já passaram a mesma dor sem nunca ter se conhecido? E que muitas têm a mesma reação perante as adversidades? Pois é..
  Acho tão complicado ser mal interpretada e depois ficar tentando explicar uma situação que não tem muito o que se explicar.
  Eu escrevo o que eu vivo e o que eu gostaria de viver, os sentimentos que tenho e os que pressinto, os meus medos e as minhas alegrias, o que eu vejo e o que imagino. Se a convivência com pessoas me faz refletir sobre alguns temas e a me questionar sobre a validade ou não de certos comportamentos e vivências, é fato que eu escrevo.
  O que as pessoas não entendem é que eu só escrevo sobre o que me toca, o que de certa forma também faz parte de mim e me faz interagir com questões que me tiram da zona de conforto e me obrigam a escrever. Eu não escrevo sobre ninguém que me seja indiferente, isso não existe para mim. Na verdade eu nem escrevo sobre alguem, mas o que esse alguem me faz pensar da vida em determinada situação seja por um comportamento seu ou um comportamento que ela desperta em mim.
  Eu podia escrever para mim e me esconder atrás disso. Eu podia não deixar as pessoas saberem o que eu verdadeiramente penso. Mas é uma necessidade que EU não tenho. Eu gosto de saber a opinião das pessoas sobre o que eu escrevo, a forma como escrevo, gosto de ter outros pontos de vista do assunto e gosto de ler outras pessoas. Me sinto enriquecida. É bom poder olhar o mundo com olhos diferentes e não deixar de poder ser você, de não concordar ou se deixar levar pelas paisagens novas.
  E é muito bom quando uma pessoa se sente tocada por alguma coisa que eu escrevo.
  Mesmo sendo mal interpretada, perdendo amizades ou fazendo inimigos eu vou continuar escrevendo.
  Que leia quem estiver interessado, que entre aquele que não tiver medo de sentir o novo, que me encontre aquele que não tiver medo de se envolver e nem de profundidade.
  Eu escrevo para mim, mas quem quizer me conhecer seja bem vindo.
  As coisas são como são, as palavras não. As palavras podem ser manipuladas e você pode entender uma linha de várias formas, dependendo da forma que lê, cabe a você querer se decepcionar ou não.

Vou dividir com vocês parte de um texto que gostei, cada um tire sua conclusão, é uma escolha:

"Fomos ensinados a acreditar confiança é uma mercadoria que está a ser recebido pelos outros. Depois de terem passado alguns testes, então nos sentimos seguros para alargar a nossa confiança. Gostaria de entreter a idéia de que a confiança pode ser um verbo, ao invés de um substantivo. É uma escolha que você faz e diz muito mais sobre você do que a pessoa a quem você está estendendo a sua confiança."
As pessoas gostariam de confiar, mas muita vezes não acha que o outro mereça.
"Vamos dar uma olhada de perto esta questão de confiança e fazer algumas perguntas difíceis. Se você está sentindo a necessidade de se proteger de alguma forma, por que isso? O que você tem medo? Qual é a pior coisa que pode acontecer? Será que realmente ser tão ruim?"

E por fim, se você acha que eu não sou digna de confiança por escrever (para mim é como respirar) o que eu quero, desculpe a franqueza, mas você não deveria estar aqui. Sem mais explicações.

Acabou as férias!!!

  Depois de um tempo para por as idéias no lugar, conhecer lugares novos, rever o namorado, fazer muitos planos e deixar de pensar um pouco em certas coisas (stress)... lá se vão as férias e chegou a hora de voltar ao trabalho.
  Eu sei que que é triste... mas como é que a gente faz essas viagens maravilhosas sem trabalhar? Só pra quem pode muito... rs

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pés para cima!!!

Como estou no auge da preguiça vou postar somente fotos... elas dizem tudo...



Hoje em Bata. Amanhã... rumo à Malabo.

Malas pronta!!! Enfim férias...

"Mais uma vez eu vou te deixar
Mas eu volto logo pra te ver
Vou com saudades no meu coração
Mando notícias de algum lugar..."

 
  Vamos dizer um até breve.
  Me despeço das responsabilidades e da África, abrindo os braços (e espaço) para o divertimento, o turismo, o lazer e o amor que vou encontrar em Lisboa, Barcelona e Madrid.
  15 dias perambulando, provando comidas, visitando museus, tomando muita cerveja diferente e vinhos desconhceidos (para mim), tirando muita foto e escrevendo poesias (se eu conseguir).
  Vou pagar o preço de não ir para o Brasil, de adiar algumas resoluções para alguns problemas, não rever amigos, a família, não ir a lugares que amo, e não matar a saudade de algumas coisas pequenas e minhas... mas nem tudo está perdido o Du está vindo me encontrar e estou confiante que vai ser uma viagem maravilhosa.
  Bora?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Preto, branco e vários tons de cinza

  Preto, cor desprovida de clareza, mistura de todos os pigmentos, a mais escura do espectro. Há quem diga que preto não é uma cor, mas a ausência delas, a representação do nada...da ausência... a morte.
  Branco, cor de clareza máxima, a cor da luz, da ordem e da limpeza. Em algumas partes da cultura oriental pode representar tristeza e até luto.
  Estranho achar a mesma definição para duas cores opostas: junção de todas as cores ou ausência de cor... dor. A verdade é que elas se confundem e se completam.
  Mas o bacana mesmo é partilhar das duas... e suas misturas que formam vários tons de cinza... Eu acho o máximo fotos em preto e  branco. Trabalhar luz e sombra de forma poética. Detalhes que não se encontram em uma foto colorida. Minimalismo, sensações, ausência de fronteira entre passado e presente... Uma visão especial do mundo, muito mais cheia de significado, beleza e mistério.
  Mesmo as atuais... remetem alguma coisa passada, o novo sempre antigo, meio fantasiado até... Digamos clássico.... rs. E é claro, bate saudade.
  Essa sou... já faz algum tempo é verdade... O futuro ainda escuro... os cabelos muito claros.... tantos sonhos cinzas... mas muito focados...

  Ver a vida preto e branco, sem tantas cores para distrair a vista, ter uma visão mais limpa, mais simples, aproveitar mais. Ter o principal como foco. Seria bom... se fosse sempre... não sei...
  Em contrapartida as cores com toda sua complexidade, tornam as coisas mais instigantes.
  Bora viver?
Ps: Mas continuo amando as fotos em P&B.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

"A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente."

"Talvez um dia entenda o teu mistério…
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas! "


  Eu amo Florbela Espanca e tudo que ela representa para mim. Sou Florbelista. Comecei a escrever lendo Florbela. Quando li seu primeiro poema me assustei, senti que aquilo era meu momento, ela contava o que eu estava vivendo, era meu sentimento que estava ali, as palavras dela fluiam de mim, como se suas palavras fossem a minha confissão contada de uma forma bonita. Ela dizia com poucas palavras o que eu não era capaz em muitas linhas.
  Florbela sempre me emociona, cada gota de tristeza e amor que escorre de seus poemas eu sorvo com ardor e sua poesia passa a fazer parte de mim. Com sua poesias de profundo lirismo e grande erotismo, vem despertando interesse de muitas pessoas, sejam jovens ou não, apaixonados ou desiludidos, pessoas muito distantes dessa poeta e que por isso mesmo se sentem tão próximos e conectados.
  Muitas pessoas se identificam com suas poesias, seja pelo sofrimento, pelo desencanto, pelo desejo, pela solidão, ou pela ternura como tudo isso é descrito. Amamos Florbela por que a sua poesia nos conforta, nos faz sentir que em algum lugar somos iguais, somos entendidos por alguém.
  Mas gostar de Florbela, não quer dizer entendê-la. Amá-la não quer dizer conhecê-la. E se identificar com o que ela escreve não é saber o que ela pensava. Ler poesias é absorver as palavras e filtrar com o nosso sentimento, é trazer para o nosso espaço algo que nos é alheio, mas similar.
  Quando você lê um texto meu ou alguma poesia minha, você vai ver o que eu escrevi para mim, o que eu vivi com a minha mãe e o que eu esperava do meu pai, o que eu extrai da convivência com as minhas amigas, as minhas dores e alegrias com os amores, meus segredos e minha transparência, vai sentir minha decepção e meus desejos, minhas angústias e esperanças, vai se cortar com a minha ansiedade, vai vislumbrar meus sonhos e devaneios, ver as coisas que eu experimentei e as que eu fantasio.
  No final você ainda vai achar que escrevi para você, por você (muitos ex-namorados acham que minhas poesias são para eles, algumas são, nem todas). Vamos tentar obter respostas e continuar com as mesmas dúvidas. Mas você vai se sentir mais confortável ou desconfortável (as pessoas que não gostam de abrir certas feridas que dizem estar cicatrizadas). Vai achar tudo de uma beleza imensa ou vai se afastar dizendo que é tudo muito triste. Mas a verdade é que depois de ler você não vai mais estar indiferente.
  Mas então a identificação de algumas pessoas com a poesia, com os textos... é tudo mera coincidência?
  Para mim não... talvez seja apenas o fato de nós seres humanos, tão diferentes, sermos tão iguais. Com tantos sentimentos, com tantas formas de demostrar, resumimos tudo numa mesma coisa, uma mesma definição para um sentimento que cada um leva consigo de uma forma distinta. Épocas tão diferentes e as mesmas angústias, as mesmas dúvidas, as mesmas carências e desejos. Acho que isso é possível pela nossa infinita contradição.

EU
Até agora eu não me conhecia,
julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.

Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!

Andava a procurar-me - pobre louca!-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!

E esta ânsia de viver, que nada acalma,
E a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!
(Florbela Espanca)

  Uma pessoa ao comentar sobre determinada poesia que escrevi me disse que se via naquela poesia, tinha os mesmos sentimentos, mas ao expressar o que aquela poesia significava para ela me fez rir um pouco, nunca pensei naquilo daquela forma, mas não a julguei, a pessoa não conhecia a história daquela poesia e nunca entenderia as metáforas que eu empreguei sem que eu lhe explicasse, e algumas vezes nem há explicação, é intuição... a gente se entrega e a poesia surge... os sentimentos se tornam palavras. E as palavras são interpretadas por quem lê (eu viajo na maionese lendo o que as pessoas escrevem, a gente tem hora que constroi uma história em cima de uma frase e complica coisas simples, esta sou eu... rs). O importante não é ter a definição do que foi pensando inicialmente, mas que a pessoa se conectou comigo, se sentiu acolhida e entendida e de alguma forma eu externei o que ela sentia naquele momento.
  Eu escrevo para mim, como forma de libertação, sendo poesias ou estes texto soltos, onde busco uma resposta, uma forma de reequilíbrio da minha razão com as emoções, os sentimentos tão intensos, que por vezes eu tento domar, outras entender, e por vezes tenho que me render a simplesmente sentir (e extravasar na escrita... sempre). Se mesmo assim, alguém consegue perceber semelhança nos pensamentos e proximidades nos meus sentimentos singulares, que assim seja. Para mim isso é identificação e não deixa de ser uma forma de aproximação.
  Por isso, se você puder se ver em algum poema meu, não se assuste. Talvez em algum lugar Florbela também ria de mim quando suspiro ao ler seus versos.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

“Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição”. (Martha Medeiros)

"Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem." Martha Medeiros
 
 
  A gente vive e aprende que é diferente. Ponto. Ninguém é igual. Que bom.
  Mas até chegar nessa fase são muitas perguntas, muitos os questionamentos e muito sofrimento para tentar ser normal, ser padrão, ser aceito.
  Depois vem a fase de achar seu grupo, de se rebelar contra o que é dito como correto de quebrar paradigmas, de “causar” (pra mim isso é coisa de quem não tem força pra encarar a vida ou é muito ingênuo) ou de aceitar as regras e começar a jogar (o que é patético). Ou perceber um equilíbrio (raro... muito raro).
  E depois??? ... cai a ficha. Não tem como escapar dos padrões. E os padrões num lugar como esse vão ficando tão pequenos que quase não cabe mais a roupa que a gente queria usar.
  Internamente a gente pode ser outra pessoa, não concordar com nada disso. O sistema pode não fazer parte de você, mas você faz parte do sistema. Você consome, mesmo que seja o mais ecologicamente correto. Você trabalha e indiretamente apoia muita coisa que nem sabe que existe, não acredita e não apoia.
  Quanto maior a sua adequação em sociedade, menor a liberdade para tomar decisões diferentes, sozinho, fora dos padrões, para viver a sua experiência.
  Quanto maior sua liberdade em viver do seu jeito, menos adequado e mais excluído você é.
  Algumas pessoas talvez te admirem, enalteçam sua coragem, mas quando o bicho pega, foi só vc que atirou a pedra companheiro.
  Com o tempo talvez você ache o padrão legal e possa ser feliz com ele.
  Trabalha e aprendeu a gostar do emprego (ou não, mas trabalha msm assim), compra roupas bacanas, seus filhos tem tudo que você não teve... você dá duro, não deseja mal para ninguém e faz suas orações, então tudo vai dar certo. Né?
  Com o tempo a gente aprende que tem limite e regra pra viver em sociedade, mas que nem todos chegam na felicidade pelo mesmo caminho e que não agredir o espaço do outro não quer dizer ser igual a ele.
  Eu já sofri muito ter opiniões tão diferentes, já sofri por não consegui me desvecilhar de algumas coisas que para mim são desnecessárias.
  Já sofri por ser mulher, por ter uma sexualidade, por ser sincera, por querer mais que uma casa e filhos para cuidar, por não ter medo de sentir, por não ter medo de escrever, por não ter medo de dizer, e sobretudo por não ter medo de mostrar o que eu sou, o que eu sinto ou o que penso de mim e dos outros, na poesia, nos textos, no blog, na vida, na cara e na lata.
  Eu tenho coisas muito próprias, eu falo coisas que as pessoas não contam (mas eu também tenho segredos), eu me exponho mais do que deveria, eu defendo pessoas que não merecem, eu critico pessoalmente (isso mata), eu falo em meu nome e muitas vezes falo sozinha, eu escrevo sobre sentimentos universais e muitas vezes sou mal interpretada. Às vezes eu queria ser diferente, para me sentir mais amada e popular, mas essa vontade só dura alguns segundos. Na maioria das vezes eu as acho as pessoas fúteis, lentas e grossas e eu agradeço por ser um pouco diferente delas. É claro que eu também adoro maquiagem, é claro que quando envolve muito dinheiro meu cérebro trava e eu me sinto burra e é claro que na hora da raiva eu posso ser uma porta. Mas eu agradeço realmente por poder me questionar e escrever (contra-resposta).
  Peço desculpas à todos que não consigo agradar e mais desculpas por que continuarei não agradando (fazer o que?). Mas as mais sinceras desculpas são para as pessoas que eu amo e que não consigo deixar de magoar. Mas é assim, que não sou perfeita. E o nosso trato é esse: A gente se ama, a gente confia, a gente erra, a gente se deculpa, a gente sofre e se acolhe. Sempre assim mutuamente e quando já não for assim que você não me procure (e me avise para eu não te procurar), por que relação unilateral não me basta, não me alimenta.
  Não sou totalmente livre e nem totalmente adequada, nem estou em equilíbrio... vivo oscilando de um lado a outro, buscando o melhor caminho em cada situação. Muitas vezes eu erro, machuco pessoas sem querer e faço coisas que não faria novamente (muitas vezes não chego a me arrepender totalmente).Ainda tenho muitos defeitos e o mais grave deles é ter perdido o medo de não ser aceita, porque eu posso simplesmente virar as costas e voltar de onde vim. Eu tenho pespectivas, eu tenho muitos sonhos e tenho pessoas esperando a minha volta. A minha libertação é saber que eu posso escolher não sofrer. 


"A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são as suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria, Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa. Ser feliz por nada talvez seja isso." Martha Medeiros